sexta-feira, março 30, 2007

Um pedaço de papel que eu peguei no ar. Jogado por uma pessoa nova e legal pá porra.

" Não tente entender
Não tente decifrar
Os caminhos vem e vão
O vento leva e traz
Nós estamos de partida
Somente o mistério permanece
Somente o mistério
Permanecerá."

Adoro conexões espontâneas!

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Fora isso, eu sinto incompetência mesmo com tanto poder, e prazeres vicários. É, a vida não é um mar de rosas.

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quarta-feira, março 28, 2007

29/08/97

Retirado igualzinho do meu diário cheio de fotos na capa, escrito: " Diário da Lila, Supersecretíssimo" . 10 anos. Quarta série.

" Hoje acordei mó cedo por causa do meu pai! ( ele me pega no braço e me levanta!). Na School eu pensei que ia me ferrar com a Heloísa, mas ela estava boazinha hoje.
Na aula de matemática só corrigimos coisas, o Marcos falou pra mim esquecer ele...EU JÁ ESQUECI HÁ MUITO TEMPO!!! Quero que ele tome no cu! na saída pegamos o negócio da Aline S. e foi superlegal! o Anderson me ensinou a fazer o tazo voar! eu nem consegui!
Fiz o mesmo de sempre, só que quando olhei na sacada da Janete o Rafael e outro menino de costas ( era igualzinho ao Ramon), mas depois descobri que não era e que ele se chamava Caio, fiquei no computador a Karina chegou, alguns minutos depois a minha mãe disse que ' talvez' o Ramon ia vim na minha casa! eu fiquei superfeliz mas a Karina não falou nada! eu tô doida pra conhecer ele! quero conhecer gente nova, pô! fiquei morrendo! Será que ele vai me achar palhaça ? e coisas do tipo..no final ele nem veio! Que pena!
Tomei banho, jantamos e fomos lá na Ana Paula ensaiar, hoje tava todo mundo, mas a Paula estava meio nervosa! mas foi divertido, depois a Karina foi lá em casa e assistimos o filme PEQUENA ESPIÃ e tem tudo a vê com o que eu escrevo foi mó 10 o filme! a Karina acabou dormindo aqui e fiquei quase uma hora escrevendo e a karina como sempre dormiu bem antes
EU QUERO CONHECER O RAMON!"

Outro trecho, do dia 22/08/97:

" Na saída foi superlegal, mas eu pedi pra Cris me empurrar pro Marcos, por mais incrível que pareça ele me chamou de " palhaça" ( fazia tempo que ele não me chamava assim) eu fiquei morrendo de vergonha e triste"

Pra lembrar que eu tenho o dobro da idade, não?
" Há sempre algo de ausente que me atormenta."

Camille Claudel.

terça-feira, março 20, 2007

Tumtumtumtumtumtumtumtumtumtumtum!

Hoje, através de um sonho, eu tive a pior sensação do mundo. Tenho certeza absoluta de que não existe coisa pior pra sentir. É pior do que querer morrer, naqueles momentos em que você desiste e não tem um mínimo de ânimo pra fazer nada. Hoje eu tive certeza que ia morrer, e o desejo foi contrário, o de querer viver de qualquer jeito que fosse.


Isso me pegou de tal jeito que estou muito sentida até agora. Não penso em outra coisa a não ser ficar agradecendo loucamente que eu estou viva. Mesmo podre, mesmo do jeito que eu me julgo mal às vezes. Acho isso bom, é uma coisa que eu sempre pensei, já até escrevi sobre isso no post " Saudoquismo" , onde a intensidade de um sofrimento é a vida se expressando, é a prova maior de que eu tô viva, meu coração funcionando, mesmo que como uma metralhadora e um aperto.

Eu estava num lugar que parecia um laboratório moderno, com máquinas gigantescas, e ao mesmo tempo era um lugar porco, sujo, com um clima pesado.
Estava eu e mais umas três pessoas que eu não lembro a cara, não eram conhecidas minhas, mas naquele momento a gente tava se sentindo bem próximo porque tava todo mundo na mesma situação. Todos, por algum motivo que não ficou claro, cometeram algum tipo de crime e iam ser assasssinados por causa disso. A sensação que eu tinha era de que era uma coisa muito besta que não valeria a perda da minha vida. Talvez algo como ficar pelada num parque estadual. Hohoho.

E o medo foi aumentando quando me aparece uma mulher. Vestida toda de branco, parecendo uma espécie de açougueira, cabelos loiros tingidos, num amarelo quase laranja, e um rosto bonito.

Falava muito bem, parecia que estava apresentando algo, algum programa de televisão, mas não de um jeito brega ou forçado, era natural e extremamente meigo, leve, e dificilmente tirava o sorriso da boca. Um sorriso leve também.

Uma mulher tão doce em contraste à situação. Ela começou a apresentar realmente. Apresentava as opções de tortura, porque a gente que ia escolher como queria morrer, dentre as opções deles.

Todas tinham como o foco principal a cabeça. A primeira opção era ser pisoteado na cabeça até morrer. A segunda era receber um líquido que encostando na sua cabeça, ela começava a derreter. Essa era um pouco mais rápida. Tinha outra, como ser fatiado na vertical, em uns quatro ou cinco pedaços, começando pela cabeça, claro.
Não me lembro mais das outras, aliás, lembro que ela não quis falar todas, porque ia piorando cada vez mais o nível de sofrimento e a duração da tortura.

E ela, calmamente, sem pressa, deixava a gente pensar. Aí caiu a minha ficha. Puta que pariiiiiiiiiiu, eu ia morrerrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!
Eu não queria toda aquela dor nem fudendo. Mas depois desencanei de pensar na dor, comecei a pensar em algum jeito de ficar viva, de qualquer jeito que fosse, pensava: " Porra, que injusto, eu não posso morrer agora!!", imaginei que um amigo meu viesse me salvar, e apareciam cenários bizarros na minha frente, como mulheres de roupa elástica brilhante colada no corpo dançando em barras de apoio.

Eu fiquei rezando, nam myo ro rengue kyo, um mantra budista, pra aquela situação parar, pelo amor de qualquer coisa, pelo meu amor à minha vida, porque eu tenho uma vida muito boa pra morrer assim, por qualquer besteira. A vida me pareceu boa realmente.
E eu rezava e sentia o maior desespero do mundo. Foi a pior sensação que já tive. Mesmo sendo um sonho, era "só" um sonho.

Eu sempre tenho dificuldade pra acordar, às vezes uma preguiça. " Não sei se preguiçoso ou se covarde, debaixo do meu cobertor de lã..." . Mas hoje, meu bem, eu fiquei tão feliz em acordar, mesmo sentindo uma dor, uma formigação na cabeça, eu fiquei tão feliz que até agora estou meio chapada de vida.

Bom, é isso. Registrou-se. O clichê de viver a vida antes que você morra e morra de arrependimento de não ter vivido.

segunda-feira, março 19, 2007

Bom, agora que os arrepios me sobem, disparam o meu coração, me molham a calcinha e me deixam " loucamente" feliz, preciso, mais do que nunca, ser angoleira.

Com muita malandragem. E muita calma no meio do caminho.

E o resto é a essência, é o que vai fluir naturalmente.

O que faz a vida tão bela ?

O que você acha que faz a sua vida bela?

A minha resposta é simples e clichê: O amorrrrrrrrrrrrrrrrr...

Você pode amar qualquer coisa. Até você mesmo, acredita?

.....


Pra lá, pra cá, pra cima, pra baixo, prum lado, pro outro, de ponta cabeça. E tudo o mais que você conseguir imaginar e fazer. Infinitas possiblidades. E o melhor de tudo, sem saber o que pode lhe acontecer.

Aiai...

quinta-feira, março 15, 2007

Shakespeare

Só porque eu tinha um certo preconceito ao clima shakespeareano, hoje me bateu uma sensibilidade quase explosiva quando eu tive que recitar algumas frases suas. E olha que à primeira vista não foi nada demais, mas as coisas são assim né...quando se aprofundam lá dentro trazem bilhões de surpresas novas.

" Duvide que estrelas sejam fogo,
Duvide que o sol se mova,
Duvide que a verdade seja mentira,
Mas nunca duvide que amo.
Oh querida,
eu fico doente com essa métrica!
Não tenho a arte de contar meus suspiros..."

Talvez adaptada um pouquito.


O que se engole na hora do almoço, quando chega a noite, sai como um vômito.

Agora bora trabalhar!