sábado, janeiro 06, 2007

" As pombas no asfalto.

Elas sabem voar alto, mas insistem em pegar as migalhas do chão"


Ouvi repetidamente, dementemente, essa canção. Blues de elevador. Porque é o velho caso das músicas que casam com o momento presente. Não, eu não chamaria de momento, e sim, de sentimento, tal sentimental sensível que eu sou.

Se você me vir, posso estar quase sempre rindo, e não quer dizer que isso seja falso, mas eu também adoro um drama.Adoro despejar todas as frustrações no meu próprio corpo através de alguma fala ou som.

Sou chorona e adoro um dia de chuva. E ultimamente chove todo dia nessa porra.

Sinto vontade de ficar sozinha. Uma solidão gostosa. Sinto vontade de me curtir, de tirar proveito de mim mesma. Sinto que preciso mostrar pra mim agora o que eu posso e não pros outros. Ainda. É como uma flor disse pra mim esses dias, que tem vezes que ela tá cantando, e nesse momento tudo que ela precisa é ela mesma, se cruzar o olhar com alguém, já quebra o clima. A Elis Regina disse algo parecido também. Disse que cantar é um ato que se faz só.

E agora não me refiro exatamente a cantar, mas não deixo de referir também. Mas quero repensar a vida com sinceridade e coragem e tocar pra frente. Mais ou menos o que alguém faria no final do ano pra começar um novo. Mas como calendário é só uma matemática que inventaram...de tempo, cada um sente o seu.

" Quantos anos você teria se não soubesse a idade que tem?"












Às vezes me sinto culpada de não fazer exatamente o que quero. Ou de simplesmente jogar as pernas pro ar, porque afinal, estou com mais tempo do que nunca pra isso.

Mas, afinal, talvez seja bom parar de fazer tantas ondas sem intenção e simplesmente deixar toda a sujeira se acumular no fundo, boiar um pouco olhando pro céu, se misturando com a superfície que é vida.