segunda-feira, julho 09, 2007

" Torturas de um coração" ou " Em boca fechada não entra mosquito" !

Não gente. Dessa vez não é mais um melancolismo poético sobre os apertos do meu coração. Mas não deixa de ter uma sinceridade, uma inspiração. E que inspiração!!

Os títulos entre aspas são na verdade dois nomes, escolha qual mais te apetece, para uma peça em que estou participando, não atuando, com um personagem, mas como uma tocadora de violão acompanhando uma história que se passa em Itaperoá, BA. Ôoooxi!

Vamos começar a história de trás para frente.

Hoje apresentamos pela primeira vez. Na festa de aniversário de uma garota, numa chácara, num dia de sol, entardecendo. Com um mastro cheio de fitas coloridas e galhos e folhas secas formando um meio círculo que foi o nosso palco. Algo esteticamente lindo, poético, místico, bucólico...

Na hora da apresentação, do quente, tudo é diferente. É, e rima também.
É como eu escrevi sobre uma dor profunda que eu sofria há meses atrás, é a vida na sua performance também, muito viva, muito forte, pegando fogo, tudo já conhecido, mas totalmente novo!

A proximidade com as pessoas, o retorno delas, o contato entre músicos-atores e atores-músicos, sendo no final tudo uma coisa só, tesões se movendo e correndo, passando a bola um pro outro, ou o bastão eu diria, aquecendo o corpo, a voz, cantando, rindo, piadas, conflitos, stress, ansiedades e sensibilidades se trombando, e intensificação das relações, querendo ou não...
Trabalho em grupo. Experiência essa pra mim, tão amendrotadora, eu poderia dizer. Mas não aqui, não com Ele, mais Ele, mais Ela, mais Ela, mais Ele, mais Ela, mais Ele e Ela. Todos especiais e charmosos do seu jeito.

Esse é o lance. O jeito de cada um e resultado que isso traz. E como incrivelmente o meu jeito naquelas situações, eu sinto encaixar como uma peça de um quebra-cabeças quase que perfeito. Um encontro, primeiro com Ele, depois com Eles, e agora Nós.

Um encontro, que hoje encaro como uma relação, um trabalho. Que me abre de muitas maneiras artísticas, cênicas, musicais, didáticas, sentimentais, corporais...

Hoje eu chorei, de felicidade, de ter conseguido abrir um canal de entrega em certos momentos da peça e depois dançando e cantando e tocando durante a festa, que acredito que tenham virado pras minhas dores e falado: " Vai, vai, sai fora, maluco! Esse corpo precisa de espaço pra entrar mais vida!" ...E isso, para meu espanto, apesar de eu já saber, tudo isso, eu estando sóbria!

E de repente ver as pessoas cantando, de um jeito tão simples, tão entregue...sem a minha preocupação tão técnica que me ajuda e me atrapalha toda vez que abro a boca... elas apenas cantando...demonstrando emoção, de amor, de amigo, de irmão...

E de repente parece que o lago vira mar. Sem fim, de lágrimas doces, com recheio de chocolate terminando num mousse de limão! As possibilidades de extravasar tanta emoção que sinto, parecem ser maiores mesmo, e simples, e possíveis...

Às vezes eu sinto tanto, mas tanto..que parece fora do meu corpo, além de mim, de um tamanho imeeenso, onde eu nem consiga ver o começo nem o fim.

Só queria escrever pra agradecer, de coração, à não sei quem ou o quê, mas me sinto agradecida, eu, que sou tão modesta, cheia de humildade, quando ganha um presentão, fica achando que não merece. Mas estou começando a acreditar que mereço tudo que quero, e quero quero quero.

Obrigada. Obrigada. Obrigada.

E, pra celebrar o meu romantismo agora assumido com orgulho, cantarei em alguns minutos, em lá, mas aqui..huahuahuahu..." Falando de amor" - Tom Jobim. ( Com o vídeo, Tom triplando com Chico Buarque e eu. A Miúcha eu gostaria que sumisse nesse momento, porque ela me parece um ruído lá da rua que atrapalha o som. Droga.)

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