segunda-feira, junho 11, 2007

Meu envolvimento com um furacão.

Melhor chamar de uma furacão. É ela. Não ele. Apesar de eu andar desejando eles e vós e eu. Enfim.

No começo, o respeito óbvio que se tem com ela. Porque ali tem dendê, queira você ou não.
Mas em mim, na realidade, eu me identificava mais com uma menina mais doce, menos agressiva, que era, mas descobri depois que só era e agora ela está ofuscada, fazer o quê.

Depois de alguns contatos superficiais, alguns por causa de coisas técnicas, outros por eu me sentir na obrigação de começar uma relação...assim como já o fiz tantas e tantas vezes na minha vida, desde quando entrei para o lado em que hoje eu me encontro.

Mas como toda forçação de barra, o resultado não foi o esperado. Cadê aquela cutucada no lugar mais secreto que eu possa ter? me fazendo explodir de lágrimas, daquela sensação onde as coisas são mais mágicas, parecendo que a terra não existe mais, outro mundo...

E outra que muita gente gosta dela. E eu queria gostar de alguém que fosse mais maginal, obscuro, pra que pudesse ser meu esse alguém. Coisa que agora acho ridícula, porque não dá pra querer ter uma pessoa assim como se tem um objeto. Sem contar ainda que quem tem muita luz pra oferecer, não precisa desperdiçar sendo um passarinho na gaiola de alguém. Seja isso fácil ou difícil, é um respeito ao próprio corpo.

Continuei investindo, conhecendo, respeitando, ainda distante, com pequenas aproximações.

Aí na terça eu me excitei loucamente em procurá-la, porque a vi de relance, me excitei por simples excitação e não quero pensar em razões racionais pra isso, aliás, o lance de esquecer um pouco esse racional é um ponto importante dessa relação.

Na quarta eu fui atrás dela, peguei trânsito, faltei no que tinha que fazer, trouxe ela pra minha casa e depois de algumas enrolações, a gente começou a se sentir, a se encostar.

Confesso a minha grande resistência, e acho que ainda a tenho dentro mim, porque não foi e não está sendo fácil.

Ela, com todas as qualidades que eu queria ter, me incomodou muito. Eu me senti pobre, vazia, sem luz. Sem contar que ela é do tipo explosiva enquanto eu seria uma flor do campo, por opção e não satisfeita com isso. O medo que eu senti dela, da agressividade dela, fez eu sentir medo de mim. E ela nunca foi atrás de coisas tão racionais como eu estaria indo agora.
Fui até ver um trabalho seu procurando falhas técnicas, por ela ser tão quente, mas não consegui encontrar! Ai, que inveja!

A hora que eu comecei a me identificar com ela foi quando eu fiquei sabendo que ela também é um ser humano e que se sentia travada, e que passou por influências que eu também tive, de libertação, de destravar as emoções, e através da mesma pessoa que eu!

Aí teve uma trilha sonora linda, uma obra de arte, apesar do meu toca-discos tocar numa velocidade um pouco mais lenta.

Eu fui dormir numa ânsia louca. Acordei desanimada, " Sem sono, sem vontade de acordar..".
Depois de algumas horas, ainda em estado de simples existência sem impulso algum, eu resolvi me trancar no quarto ( queria que fosse de portas abertas, mas um dia chego lá, no meio da rua!) com ela, pra dessa vez, eu me entregar à ela de verdade, já que as circunstâncias estavam especialmente propícias.

Comecei por onde eu conhecia, foi difícil mesmo assim...mas foi gostoso.
Depois onde eu conhecia nada ou quase nada me marcou mais até daquilo que eu achava mais bonito.
E tudo com uma energia que eu gostei. Porque é uma energia que eu já vi em mim quando me apaixonei pelo que eu fui numa madrugada de quinta feira em cima de um salto alto.

Aquela coisa de suar e movimentar o corpo, aliás, aquela coisa que se faz o bom capoeirista, sengundo Mestre Pastinha, não movimentar o corpo e sim, deixar o corpo ser movimentado pela alma!

E eu me entreguei, mas foi uma entrega um pouco ingênua, por eu não estar acostumada a me jogar assim, mesmo trancada no quarto com ela, sem mais ninguém.

E hoje, quando eu deixei ela de lado e fui estudar, as coisa foram indo, fluindo, e ela voltou pra mim, me ajudou, num momento certo, onde eu já estava vulnerável à ela, mas forte, com força, com vergonha na cara pra abrir minha boca e abri.
Ela me deixou falar sozinha, mas na minha cabeça a imagem era ela falando, ou melhor, gritando, e não sei se comigo ou com ninguém, mas ela tava junto comigo nas minhas palavras.

E eu gostei da sensação. E aí eu assumi que estava amando essa porra loca.

Voltei pro quarto, e a gente ficou junto, eu e ela, e foi bonito! E de quebra ainda vejo um outro menino, um muito inteligente e bonito, esse, que eu já adoro.

Ela me arrepiou de um jeito agora, há uns minutos, que ela nunca tinha arrepiado.

E eu, hahaha, obviamente, adoro sentir esses arrepios...mesmo sabendo que não é ela, e sou eu.
Soul eu como agora soul!

1 Comentários:

Blogger Karina disse...

Nossa, isto está muito maravilhoso!
Você tem um estilo muito peculiar de escrever...
Dá pra ver que é de verdade =)

3:52 PM  

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