quarta-feira, maio 17, 2006

Agora ou já!

Gestalt terapia.

Imagine uma paisagem. Clichê. Um mar, uma montanha, sol, nuvens, gaivota, areia, barcos.

Você olha pra ela, e quando você olha, um desses componentes da paisagem se destaca, por exemplo, a gaivota. Ela te chama mais a atenção, vira o seu objetivo, é o que faz você gastar uma energia, pensando nela, imaginando, a idéia vem e junto com ela a percepção do tempo em que deve ser feito algo pra concretizar esse objetivo. Geralmente é agora...ou já.

A gaivota é a gestalt. Usa-se a expressão " abrir a gestalt" quando ela surge, e " fechar a gestalt" quando você concretiza essa vontade. A intenção é fechar essas gestalts pra não ficar perdendo tanta energia punhetando a idéia, criando tensões.

Uma gestalt pode ser uma necessidade de cagar. Pode ser um cigarro. Pode ser a vontade de largar o cigarro. Pode ser uma viagem. Uma vontade de esclarecer aquele mal entendido. De pagar uma dívida. De construir uma casa. Infinitas possibilidades.

Elas estão o tempo todo, agora por exemplo, eu tenho a gestalt de tomar um banho assim que terminar esse post. Mas se de repente eu levantar, pisar no chão desajeitadamente, cair e cortar a mão, a gestalt principal vai ser eu cuidar desse corte. Vira o elemento principal.

Aí cria-se o desafio de aguçar a percepção pra sentir o que tá rolando, qual é a gestalt nesse momento exato, o que é importante pra você agora? Aliás, você faz alguma coisa pra concretizar o que é importante pra você? Mas faz realmente?

Eu tenho uma gestalt de levar minha guitarra pra um cara pra ele ajustar algumas coisas. E ela fica em aberto porque eu não me programo realmente pra levar ela. Não penso quando eu vou ligar pro cara, nem como eu vou levar, etc. Toda vez que eu pego a guitarra eu até me sinto mal por causa dessa gestalt. Me sinto preguiçosa, desorganizada, relaxada.
É um exemplo de uma coisa mais simples. Esse consumo de energia de uma gestalt aberta.

O que me levou a escrever sobre esse conceito é um consumo maior ainda porque hoje, meus queridos, eu abri uma gestalt e tava na hora certa pra fechá-la, mas como envolvia uma coragem pra assumir o que se sente, exigia uma sinceridade realmente linda e asssustadora porque quebraria com uma conversa normal onde duas pessoas não se abrem, simplesmente falam sobre qualquer coisa. Mas o contexto era exato. Seja nas palavras ou no toque.
Eu ia falar pra ele que eu sou apaixonada por ele....

Senti muita raiva de mim mesma. Muita mesmo. Gritei sozinha na rua e até contei o fato pra um cara desconhecido que veio puxar assunto.

E agora me vem o outro, o vip, o mais especial de todos, me abrindo outra gestalt.

A vida é assim, tenta perceber. Só não dá pra ficar acumulando tudo agora. Por isso tenho que sair daqui, pra fechar todas essas coisas.

Opa. Abriu a gestalt de colocar a referência ahhaha. O considerado pai desse conceito é Fritz Perls. E " agora ou já" eu ouvi um amigo meu dizendo, e dizendo que era de um som do Arnaldo Antunes.


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