terça-feira, fevereiro 13, 2007

SAUDOQUISMO

Se antes eu era passarinho
Voando a cantar
Agora sou o peixe
Que nada mais baixo
Nas areias de um mar
Infinito e salgado
Porque passarinho
Já não tem ninho
Nem inha
Nem o colo quentinho
Pra se estragar


De tudo ainda sai você
Fui você quem me esqueceu
Ou eu que me esqueci em você?

Pratos pela metade
Ou forçadamente inteiros
O nariz ainda sangra
Sou miserável porque quero
mesmo onde posso me abrir
Acordo com porradas
do meu corpo em mim mesma
Montanhas de papéis higiênicos!
Eles falando:
Nunca mais! Nunca mais! Nunca mais!

É a vida na sua performance mais viva!

A tristeza é pra mim
Muito mais intensa
Do que o prazer
De estar com você
Por quê?

Sou tão mimada assim?
Tão egocêntrica?
Tão carente?

E por que se penso que te amo
Quase morro ?
Duvido que eu não goste
Mas o desapego é tão difícil assim?

O que me falta?
Bom
Eu sei que me falta
O que lhe sobra
Isso já é algo

Algo muito importante, aliás...

Longe, se perto
Perto, se longe
Longe, se longe
longe, longe, longe...

Meu reino pra esperança morrer!

No fundo eu sei!
E sei que sei!!

Pena que os cálculos e conclusões racionais
Não chegam no corpo
Porque meu corpo ainda é você
E eu vou ter que fazer muito mais mar
Pra me esvaziar
Me limpar
Te limpar
Nos deixar finalmente em paz...

2 Comentários:

Blogger M Rodrigues disse...

É ter estômago vazio, e não almoçar.
É como esperar o prato e não salivar.

ou é ver alguém feliz, de fato, sem ter alguém para amar.

7:55 PM  
Blogger Karina disse...

Título sensacional, eu já disse!
Pois é.... hora de pegar uma folha em branco e escrever outra estória.

1:32 AM  

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